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sábado, 22 de setembro de 2012

E a saúde? Como ficará após a decisão do STF?

Darth Vader

A decisão do STF sobre a questão da terceirização da saúde demonstra duas questões relevantes:

A primeira é que a área de saúde vem sendo tratada de forma muito displicente pelos administradores públicos.

A segunda é que o STF não conhece ou não vive no Brasil; ou ainda não sabe como é que a Saúde realmente funciona (ou não funciona, como temos visto).

Sempre que vejo uma decisão judicial fico imaginando o tempo despendido por grandes pensadores de nossa sociedade e da sociedade em geral. Que tomam suas decisões para que todas as coisas da sociedade, suas carências, suas necessidades e a racionalização de seus recursos, estejam melhor utilizadas pelo cidadão e todos os demais que vivem neste país.

Fico em dúvida, entretanto, quando vejo que decidiu pela impossibilidade de terceirização "dos cargos inerentes aos serviços de saúde, prestados dentro de órgãos públicos, por ter a característica de permanência e de caráter previsível, devem ser atribuídos a servidores admitidos por concurso público", conforme requereu o Sindicato dos Médicos (provavelmente do Rio de Janeiro), no Governo Cesar Maia.

Também entendo que todos os serviços prestados pelo município devam ser realizados por funcionários públicos, devidamente habilitados e credenciados para prestarem adequadamente o que lhes é requerido pela população em geral.

Só que a realidade brasileira – especialmente no que se refere a questão de contratação de profissionais de saúde – está muito distante daquilo que seria da essencialidade da atividade pública: prover todas as condições de boa saúde às pessoas.

A forma adotada atualmente, pela grande maioria de municípios brasileiros, é a de valer-se de “Organizações Sociais” para suprir suas necessidades.

Isso não significa que o médico que trabalha nessas organizações ganhe mais do que aquele que seria contratado pelo município. Em ambos os salários oferecidos estão muito aquém do que seria razoável. Só que ao trabalharem para as organizações eles podem acumular outros empregos, duplicando a renda e dando um péssimo atendimento a todos os usuários de seus serviços…

Outra questão que tem perpetuado essa forma de contratação de profissionais é a maior facilidade de corrupção existente. Será que alguém dúvida disso?

Gostaria de conhecer a posição do Conselho Regional de Medicina sobre essa questão. Ficam omissos, como se não fosse de seu interesse o zelo pelo profissional que depende desse registro para prestar seu serviço.

Mascaras Emocoes

Todos os responsáveis nessa questão ficam omissos, fazendo “cara de paisagem”, mostrando até, surpresa com o que vem acontecendo no serviço público de saúde.

O mais interessante é que a questão saúde é “um prato cheio” para todos os candidatos aos cargos de prefeito. Suas soluções são mágicas…

Soube hoje de que há candidato “diz que vai criar um HOSPITAL VETERINÁRIO PARA AS PESSOAS QUE NÃO PODEM PAGAR...

Confesso que chego a duvidar quem é que é, de fato, mais despreparado…

Sobre mais detalhes da notícia do STF basta clicar aqui.

Há esperança!

Sempre há esperança. Graças a Deus!

E ela é baseada numa questão simples e objetiva!

Se considerarmos que cerca de 90% das pessoas que vão aos médicos são sadias; precisando muito mais de alguém com quem possam conversar e se orientar para seus problemas íntimos, seria válido começarmos a pensar em resolver a questão de saúde, de todos os municípios brasileiros, principiando pelas seguintes ações:

  • fazer uma triagem de todos os pacientes que buscam consulta para atendentes que tenham um mínimo de experiência sobre saúde (medir pressão, auscultar batimentos cardíacos, etc.) para receberem o paciente e fazer a essencial anamnese;
  • a grande maioria irá sentir-se satisfeita em ter encontrado alguém com quem pudessem conversar e, principalmente, serem ouvidas. Sairiam da clínica em estado perfeito;
  • um detalhe importante é usar parte da propaganda governamental para informar que a maioria dos exames que hoje são solicitados aos pacientes seriam substituídos, com vantagem, pela nova forma de atendimento a ser feita (anamnese);
  • com esse tipo de procedimento seriam reduzidos significativamente a quantidade de dispêndios com exames (desnecessários) e entrega de medicamentos grátis (mais desnecessários, ainda);
  • àqueles pacientes que fosse diagnosticada uma necessidade de atendimento clínico mais aprofundada, estes seriam encaminhados IMEDIATAMENTE ao médico de plantão para uma análise detalhada e mais cuidadosa;
  • claro que nesses casos seriam necessários exames, que teriam seus prazos também reduzidos;
  • os médicos, com uma menor quantidade de pacientes a serem atendidos, dariam um atendimento melhor (muito melhor do que é feito hoje) e poderiam receber seus honorários profissionais mais dignamente.

Pensem nisso senhores candidatos…

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