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terça-feira, 25 de novembro de 2008

Trasparência

Trabalho com auditoria independente desde 1971 (caramba, já passa dos 37 anos!).

O objetivo do trabalho de auditoria sempre foi o de tornar as demonstrações contábeis das empresas mais transparente aos seus usuários: Empresários, Bancos, Investidores, Clientes, Fornecedores, Funcionários, Governo, etc.

Os anos mais difíceis para se atender a esse objetivo, sem dúvida, foram os anos com inflação elevada e descontrolada. A contabilidade, graças aos grandes mestres que o Brasil teve (alguns ainda vivos), conseguiu criar diversos mecanismos que possibilitavam uma leitura dos balanços, de forma bastante aceitável. Foi idéia dos contadores criar mecanismos para se reduzir o impacto da inflação na apuração do resultado econômico e na melhor forma de apresentação do valor patrimonial das empresas.

Foi de um grupo de contadores, também, a criação dos mecanismos denominados de "Correção Integral" e registro dos bens e obrigações a preços corrente, para a apresentação das demonstrações contábeis das empresas que tinham ações no mercado aberto (Bolsa de Valores).

Sempre com o objetivo de se prestar a melhor informação aos usuários da contabilidade, com toda a transparência possível, mesmo em um ambiente com inflação altamente corrosiva em relação à informação de Valores de Ativos, Passivos e Resultado.

Com as recentes mudanças na legislação das sociedades anônimas, bem como das próprias normas de contabilidade (agora teremos a adoção das normas internacionais), voltamos a ler matérias acerca da Transparência. Os textos nos remetem a essa prática como uma “verdadeira novidade”. Será?

Receio que, na ânsia das autoridades firmarem seu posicionamento favoravelmente à transparência, algumas comecem a editar novas leis e normas “para sermos transparentes”, ainda que sob a "força da lei".

Transparência não requer novas normas, leis ou qualquer outra denominação possível. Transparência requer, apenas, a simplicidade. Quanto mais simples forem os processos e as informações geradas maior será a nossa prática nesse sentido. Nesse sentido, também os empresários e gestores, não devem “cair na tentação” de implantar novos e sofisticados controles, para serem “mais” transparentes... Aliás, transparência não tem graduação. Ela simplesmente existe ou não!

Apenas uma recomendação, além da busca da simplificação em suas atitudes pessoais e em sua Empresa, passe a exigir a mesma prática das pessoas e empresas com quem você se relaciona. Poderemos operar um milagre!

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