Este texto de Yves Gandra (apresentado ao final), entretanto, revela que há, de fato, um mal sendo gestado; não se trata apenas de moinhos de vento, afinal! A maioria das pessoas está vivendo como num sonho, sem distinguir o que é realidade da ficção.
As novelas (na realidade dramalhões que oferecem a sensação dos sonhos irrealizados) passam a ser a Realidade para a maioria das pessoas. O que acontece fora das telas não interessa... Só passa a ter importância depois de ter sido "filtrado" pelos "jornais nacionais" e "datenas" da mídia brasileira. Não falo de jornais; pois sua leitura, ao menos na parte política e social (não socialite, claro) é bem pouco acessada. Os jornais são consumidos (lidos) principalmente pelo que trazem de violência e esportes (entenda-se, basicamente, futebol).
Desde Geisel, sabemos que há vários tipos de Democracia; e que o Brasil "vive uma Democracia Relativa". Podemos entender, então, que a evolução da tal Democracia Relativa é a TIRANIA, com toda sua ignorância e truculência; sustentada por uma população levada à ignorância extrema e à custa de uma ração para engordar porcos, burros e outros animais menos inteligentes...
É a nova versão da "Revolução dos Bichos", de Geoge Orwell, onde os Mandamentos (Consituição) passam pelas seguintes mudanças:
No princípio, após a consagração do Governo dos Animais, é promulgada a lista contendo os 7 Mandamentos:
- Qualquer coisa que ande sobre duas pernas é inimigo.
- Qualquer coisa que ande sobre quatro pernas, ou tenha asas, é amigo.
- Nenhum animal usará roupas.
- Nenhum animal dormirá em cama.
- Nenhum animal beberá álcool.
- Nenhum animal matará outro animal.
- Todos os animais são iguais.
A falta de vergonha dos Porcos, aliada a sua crueldade, safadeza e outros atributos igualmente indesejáveis, faz com que o Poder passe a ser a única razão pela qual governam. Há uma insaciável sede de Poder e de Dinheiro (mesmo que tenham de matar e roubar. Como estão no poder sabem que ninguém terá coragem para condená-los). Aí mudam-se as regras e os princípios; rasgam-se as cartilhas. Tudo pelo que, supostamente, lutavam é...
Transformado em um único mandamento:
"Todos os animais são iguais / mas alguns animais são mais / iguais do que os outros."
O retrocesso democráticoHá vários outros sinais quanto ao Retrocesso do Brasil. Não diria apenas no aspecto "democrático", pois há uma outra classe de retrocesso que não está sendo observando; e que vem ocorrendo de forma assustadora, tais como:
Por Ives Gandra da Silva Martins (*)
A proposta da criação do Conselho Federal de Jornalismo levanta, pela primeira vez, em âmbito nacional, a discussão sobre a existência, no governo Lula, de um projeto para reduzir o Estado Democrático de Direito, no Brasil, a sua mínima expressão.
Tenho para mim que existe um risco concreto de estar sendo envidada uma tentativa de impor um controle sobre a sociedade, se possível com a implementação de um "direito autoritário", desrespeitando até mesmo cláusulas pétreas da Constituição.
De início, quero deixar claro não considerar que o governo federal esteja agindo de má-fé, ao pretenderem seus integrantes impor uma república de cunho socialista, visto que nunca esconderam suas preferências, quando na oposição, pelos caminhos de Fidel Castro, de Chávez e da ditadura socialista chinesa. Prova inequívoca é o tratamento absolutamente preferencial que dão ao ditador cubano.
O que estão pretendendo impor é apenas o que sempre pregaram - embora não tenham sido eleitos para implementar programa com esse perfil. Tenho-os, entretanto, por gente de bem, que acredita num projeto equivocado de governo e de Estado - ou seja, num modelo a ser desenvolvido sob seu rigoroso controle, se possível sem oposição, que deve ser conquistada ou eliminada.
Como primeiro passo, sinalizaram que adotaram a economia de mercado, com o objetivo de não assustar investidores nacionais e internacionais, e desarmaram resistências, escolhendo uma competente equipe econômica, que desempenha papel distante dos moldes petistas, mas relevante para manter a economia em marcha e assegurar investimentos externos. É a melhor parte do governo.
A partir daí, todos os seus atos foram e são de controle crescente da sociedade. Passo a enumerar os sinais que justificam os meus receios:
1) MST - Trata-se de um movimento que pisoteia o direito, desobedecendo ordens judiciais, invadindo propriedades produtivas - muitas vezes, destruindo-as - e prédios públicos. Embora seu principal líder dê-se o direito de chamar o ministro Pallocci de "panaca", recebe passagens grátis do governo para pregar a desordem e a subversão. O ministro da Reforma Agrária, que o incentiva, diz, todavia, que o fantástico número de invasões - o maior que já se verificou, na história do país - é normal. Esse senhor, que saiu do MST, apóia abertamente as constantes violações da lei e da Constituição. A idéia básica é transferir toda a terra produtiva para as massas do MST.
2) Judiciário - A reforma objetiva calar um poder incômodo, que, muitas vezes, no exercício da sua função, impõe limites ao Executivo. Por isto o governo defende o controle externo desse poder, quando não admite a imposição de controle semelhante para outras carreiras do Estado, como, por exemplo, a Receita Federal e a Polícia Federal.
3) Jornalismo - O Conselho Federal do Jornalismo não objetiva outra coisa que calar os jornalistas, visto que hoje já há mecanismos legais (ações penais e por danos morais) para responsabilizar os que comentem abusos no exercício da profissão.
4) Controle da produção artística - Como na Rússia e na Alemanha nazista, pretende o governo controlar a produção artística, cinematográfica e audiovisual.
5) Agências reguladoras - Pretende-se suprimir a autonomia que a legislação lhes outorgou, para atuarem com base em critérios técnicos, e submetê-las mais ao controle do chefe do Executivo e menos dos ministérios, como se pode constatar dos anteprojetos que a imprensa já trouxe à baila.
6) Energia elétrica - O projeto é nitidamente re-estatizante.
7) Reforma Trabalhista - Pretende-se retirar o poder normativo da Justiça do Trabalho, reduzindo a força de um poder neutro.
8) Sistema "S" - Estuda-se, nos bastidores, retirar dos segmentos empresariais as contribuições para o Sistema "S", que permitem que Senai, Sesc etc. funcionem admiravelmente na preparação de mão-de-obra qualificada e recuperação de jovens sem estudo, com o que se retirará parte da força da livre iniciativa, representada pelas CNA, CNC, CNI e outras, de reagir a regimes autoritários. A classe empresarial ficará enfraquecida, se isto ocorrer.
9) Universidade - O fracasso da universidade federal está levando ao projeto denominado "Universidade para todos". Por ele, revoga-se, mediante lei ordinária, a imunidade tributária outorgada pela Constituição, retirando-se das escolas privadas - que fazem o que o governo deveria fazer, com os nossos tributos, e não faz - 20% de suas vagas. Como essas escolas já têm quase 30% de inadimplência, o projeto é forma de inviabilizá-las ou transferi-las para o governo.
10) Sigilo bancário - Embora haja cláusula imodificável, na Constituição, assegurando que o sigilo bancário só pode ser quebrado mediante autorização judicial, há projeto para permitir à Polícia Federal a sua quebra. Se ato desse teor for editado, terá, o governo, até as próximas eleições, acesso aos dados financeiros da vida de todos os cidadãos brasileiros, o que lhe permitirá um poder de fogo e de pressão jamais visto, nem mesmo durante o período de exceção militar.
Poderia enumerar outros pontos.
Não ponho em dúvida, volto a dizer, a honestidade dos integrantes do governo, até porque conheço quase todos, sou amigo de alguns, e estou convencido de que acreditam que essa é a melhor solução para o Brasil. Como eu não acredito que seja - pois entendo que nada substitui a democracia e que qualquer autoritarismo é um largo passo para a ditadura - e como não foi esse o programa de governo que os levou ao poder, escrevo este artigo na esperança de levar pelo menos os meus poucos leitores a meditarem em se é este o modelo político que desejam para o nosso país.
(*) - Ives Gandra da Silva Martins - Jurista, renomado professor de Direito
Fonte: http://www.usinadeletras.com.br/exibelotexto.php?cod=11116&cat=Ensaios&vinda=S
- É difícil encontrar alguém que queira trabalhar
- Abundam as pessoas que vivem em filas buscando empregos "que não precisem trabalhar"
- Estudar é algo que passou a ser moda. Nada a ver com APRENDER e APLICAR o CONHECIMENTO ADQUIRIDO
- A ignorância vem avançando de forma assustadora em todos os ambientes (familiar, escolar, empresarial, público, político, legislativo, judiciário, etc.)
- A vida passou a ser algo extremamente efêmero - por qualquer coisinha assistimos crimes bárbaros, que nos levam à codição dos piores animais
- A falta de responsabilidade e a elevação do risco de vida(s) é extremamente normal; e - aparentemente - passou a ser aceito pela sociedade, que vem se tornando tolerante na mesma medida
- A indignação só é usada quando dá IBOPE, especialmente diante das câmaras de repórteres, que garante o "Minuto de Sucesso"
- Em época de eleição ninguém quer saber de discutir programas. Todos querem saber onde vai cada candidato, que roupa está vestindo e que comentários fez contra seus adversários. Candidato bom é aquele que se sai melhor na baixaria e revela sua ignorância à semelhança daqueles que acredita serem seus eleitores
- Com o Lula na Presidência, após termos vivido com todos os Presidentes da Nova República, ficou coroado o estilo Brega de Governar. Ser ignorante e boçal é que é chique...
- A Lei do "Ficha Limpa", que permite a candidatura de condenados e sabidamente (ou será melhor o eufemismo "supostamente") criminosos, lava a alma de todos os políticos, como se isso eliminasse a responsabilidade dos Partidos Políticos, do TSE/TRE e do próprio eleitor na escolha do seu candidato.
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