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quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Em benefício à memória nacional!

Censura_MPB_Calabar Censura, nunca mais! (Entendeu, Sr. Lula e Dna. Dilma!)

Nem sempre temos boas lembranças da época da ditadura militar.

Lembro-me de que vários de meus professores simplesmente sumiram; sem que ninguém, nunca mais, soubesse de seu paradeiro. São Paulo vivia tempos agitados...

Como estudante e no início da puberdade as minhas ansiedades eram para que tivéssemos maior liberdade, claro! Aprender a viver numa cidade com medo é uma coisa terrível especialmente aos quatorze anos de idade.

Quando iniciei meu curso Científico, um pouco mais crescido, já participava das famosas “setembradas” que representavam encontros para ouvirmos inflamados discursos relâmpagos. Lembro, em especial, de uma dessas vezes quando, descendo na estação de trem, no bairro da Lapa, um batalhão da PE (Polícia do Exército) nos aguardava na saída. Seguimos todos no “corredor polonês” formado pelos soldados que batiam, ameaçadoramente, os seus cassetetes na palma da mão, além de dizer uma série de palavras de provocação. Aquilo foi uma armação ‘prá’ nos apanhar. Felizmente foi mais susto e correria que outra coisa (fico pensando... se tivesse sido detido naquela época será que também teria direito a aposentadoria como o Presidente? Sei não... há uma classe de direitos que só vale para alguns...).

Sempre estudei a noite. Tinha de trabalhar para ganhar meu sustento e deixar algum em casa. Comecei a trabalhar, fora de casa, com 11 anos. Sim, pois até essa idade ajudava em casa, primeiro nos trabalhos de minha mãe e depois cuidando da pequena horta e da casa, já como “irmão mais velho”. E confesso que NUNCA me senti em um “escravizado”.

E foi estudando à noite que consegui – assim que concluí o curso científico – entrar na Faculdade, vencendo a barreira do vestibular da época. Concorrência boa, que nos exigia aprimoramento em várias áreas, mesmo àquelas que a escola havia deixado de nos ensinar.

Na faculdade foi que vivi o famoso momento do AI-5. Quando entrou o Diretor da Faculdade de Economia e nos informou que “o Diretório havia sido fechado e para eu tomássemos cuidado com o que (e com quem) falávamos, pois havia agentes do governo infiltrado nas escolas”. Como já havia visto professores serem “sumidos” logo no início dos anos da Ditadura, não tive motivos para duvidar do Diretor que, branco como uma folha de papel, nos anunciava aquelas notícias terríveis.

Sendo a minha resistência na área de não aceitar as imposições que – nitidamente – vinham dos norte-americanos (direita extremista) minha tendência era de criticá-las. Quando encontrava alguém da “direita” pela frente, logo eu era taxado de “comunista”.

Por fazer algo que já era raro naquela época (e hoje praticamente ninguém mais faz), que era pensar com minha própria cabeça e viver as minhas experiências sem pedir “o boné a ninguém”, quando reunido com pessoas chamadas da esquerda eu era conhecido como “americanista” ou “entreguista”.

Ficavam, tanto os da “direita” como os da “esquerda” p. da vida comigo quando lhes respondia que “Não era nem americanista nem comunista. Eu era (e sou) Brasileiro!”

Tenho recebido mensagens contendo uma informação atribuída a Olavo de Carvalho. Filósofo e cientista político a quem admiro. No Blog que encontrei o texto é chamado de Os Militares e a Memória Nacional contendo um relato muito importante para todos nós que participamos ou devemos relembrar um pouco de nossa história.

Nesse texto, com toda sua arte, Olavo de Carvalho vai descortinando o que era a vida dos infantes naquela época. Constate você também e comente se desejar estabelecer um propósito aos mais jovens que nos seguem.

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