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segunda-feira, 2 de junho de 2008

A crise mundial dos alimentos...

Ok... Sei que a not;icia abaixo é antiga e muita coisa já rolou pelos noticiários. Só que as notícias rebatem, sempre, na mesma tecla. não mudam nada no cenário...

A grande questão que está pressionando a demanda por mais alimentos no mundo decorre, em minha opinião, pelo simples direito que uma grande maioria de pessoas, que se encontravam abaixo da linha de miséria passaram a ter a possibilidade de se alimentarem, ao menos uma vez ao dia, com alguma dignidade.

Esse fato nos leva a pensar se será, realmente, o caso de aumentarmos as produções dos alimentos em escala mundial. Isso, a gente sabe, nunca deu certo. É a fome subindo de elevador e a produção indo, penosamente, pela escada. Não há vencedor nesse caso; somente maior distribuição da miséria e maior concentração da riqueza.

Duas das soluções que acho viável para este caso são:

a) Educação - somente com investimento na qualidade do conhecimento das pessoas é que permitirá um adequado planejamento familiar e um desenvolvimento digno, sem escapes à violência ou geração de bolsões de miséria;

b) Conter o Desperdício - sem dúvida há um grande desperdício de alimento no mundo todo. Nas classes mais ricas é comum haver sobras que dariam para alimentar até duas outras pessoas. Se considerarmos que essas classes fazem até 4 refeições diárias, é de se imaginar que alcancariamos um mínimo de mais 5 ou 6 pessoas alimentadas, sem nenhuma necessidade de mudança na quantidade de produção.

Outros desperdícios conhecidos:

  • Na fase da colheira. Há muito desperdício dos grãos, que permanecem sem colher ou simplesmente são destruídos ou dispensados
  • Na fase do tratamento da produção colhida, com as secagens, silagens e outros tratamentos
  • Na fase de transporte até o ponto de venda com uma grande quantidade desperdiçada pelas estradas

Será que alguém pode entender o que está por trás dessa crise? Penso que isso será uma boa desculpa para a elevação de preços de vários produtos, além do petróleo, dos insumos e, até, da própria inflação que parece estar sendo "necessária" em alguns países.

Como se dizia: "Quem Viver Verá..."

oOo

 

28/04/2008
Entenda a crise mundial dos alimentos (http://www.ambientebrasil.com.br/noticias/index.php3?action=ler&id=37837)

Os alimentos estão mais caros e, no mundo todo, o tema deixa autoridades em alerta e esquenta debates em torno das possíveis causas para a escassez de comida.

Para explicar a crise atual, no entanto, não é possível eleger um “vilão” específico. Segundo especialistas, são muitos os fatores que culminaram no cenário de inflação agravado desde o começo do ano.

De acordo com o Programa Mundial de Alimentos (PMA) das Nações Unidas, a falta de alimentos ameaça como um "tsunami silencioso", e pode afundar na fome 100 milhões de pessoas.

De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU) para Agricultura e Alimentação (FAO) são quatro os principais fatores que influenciam a alta dos preços dos alimentos: aumento da demanda, alta do petróleo, especulação e condições climáticas desfavoráveis. Há controvérsias sobre a dimensão da responsabilidade dos biocombustíveis, cujas matérias-primas (cana, milho e outras) disputam espaço com culturas destinadas à produção de comida. Saiba mais sobre cada um desses fatores:

Mais demanda, menos oferta

A população mundial está comendo mais. Especialmente nas economias que têm registrado maior expansão, como a da China, que tem 1,3 bilhão de habitantes. Com mais gente comprando, vale a lei da oferta e da procura: os produtos se valorizam no mercado e ficam mais caros.

Alta do petróleo

O preço do barril de petróleo vendido em Nova York e em Londres tem, sim, relação direta com a escalada do valor dos alimentos, já que a agricultura demanda grandes quantidades do óleo, seja no maquinário, tratores, uso de fertilizantes ou transporte, até esse produto chegar ao consumidor. “O aumento no petróleo também faz com que o preço final dos alimentos fique mais caro”, diz.

Para Francisco Carlos Teixeira, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o preço do barril influi diretamente nas commodities agrícolas em duas pontas: na produção e na distribuição.

“Hoje, a agricultura é totalmente industrializada e depende em boa medida do petróleo, usado como matéria-prima para uma série de produtos, como defensivos agrícolas e químicas de preparação da lavoura. Além disso, também movimenta os veículos que transportam as safras agrícolas”, diz Teixeira.

Especulação

Com a queda do dólar, investidores que ganhavam dinheiro investindo na moeda norte-americana migraram para a aplicação em outras commodities, como os produtos agrícolas.

Muitos fundos têm usado as bolsas de mercadorias para especular com a antecipação da compra de safras futuras em busca de melhor rentabilidade, o que também contribui para valorizar e o preço de commodities como o trigo e o arroz.

Segundo a FAO, os preços internacionais do arroz começaram uma escalada desde o início do ano, depois de subirem 9% em 2006 e 17% em 2007. O preço do produto subiu 12% em fevereiro e mais 17% em março, segundo o índice All Rice Price, elaborado pela entidade.

Condições climáticas

O clima é outro fator que reduziu a quantidade de alimentos produzida no mundo, segundo relatório da ONU divulgado na semana passada.

As condições climáticas desfavoráveis devastaram culturas na Austrália e reduziram as colheitas em muitos outros países, em particular na Europa, segundo a FAO.

Segundo as previsões da FAO, as reservas mundiais de cereais caíram para o seu nível mais baixo em 25 anos com 405 milhões de toneladas em 2007/08, 5 % (21 milhões de toneladas) abaixo do nível já reduzido do ano anterior.

Biocombustíveis?

"Os biocombustíveis são apenas uma gota no oceano desse cenário de aumentos”, diz a professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Suzana Kahn Ribeiro.

Segundo ela, o caso do biocombustível é particular do etanol fabricado a partir do milho dos Estados Unidos. "O milho é uma cultura alimentar e, de fato, começou a haver um desvio da produção de milho com finalidade para alimento para a produção do etanol", diz.

Com a redução da oferta de milho subiu o preço dos derivados, o que começou um processo em cadeia; aumentou o preço da ração dos animais e, conseqüentemente, das carnes. "No Brasil (onde o etanol é feito a partir da cana-de-açúcar) a realidade é bem diferente; tanto que, no nosso histórico dos últimos 30 anos, aumentamos a produção não só de etanol, mas também de alimentos", diz.
(Fonte: Ligia Guimarães / G1)

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