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segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Empresa Familiar - Nepotismo, Talentos e Sucesso



Pode parecer incrível, mas naturalmente a maioria de nós é preconceituosa em relação às empresas familiares.

Somos mais condescendentes com o nepotismo na área pública do que com as pessoas que, no início de suas carreiras, começam a trabalhar com seus pais, na empresa da família ou não.

Todas as empresas, mesmo aquelas que são consideradas com "mega-corporações" são resultantes de esforços promovidos por famílias, ainda que pela ausência e distanciamento durante grande fase da vida apenas do seu fundador.

Essencialmente as empresas são formadas por Gente. E Gente ainda nasce em uma família; ou forma família ao longo de sua vida... Por quê, então, somos tão "avessos" às chamadas "empresas familiares"?

Há algum tempo abrimos, em nossa empresa de auditoria e consultoria empresarial, a possibilidade de contratação de jovens, pertencentes àquelas famílias que possuiam negócios tradicionais, para que vivessem, ao menos pelo período de 1 ano as várias experiências que a atividade propicia.

Fizemos, também, em parceria com uma importante Entidade de Ensino, um conjunto de várias áreas de conhecimento empresarial a serem ministrados aos funcionários das empresas, na forma que conjugava fatores como:
a) O Saber - Proporcionado pela Escola e seus Mestres
b) O Fazer - Proporcionado pelas Equipes de Profissionais de Consultoria
c) O Fazer "fazer" - Que compreendia o efetivo aprendizado com sua aplicação prática, disseminada a terceiros.

Claro que, em ambos os casos acima citados, nosso propósito era social e comercial. Somente aqueles que já passaram pela diversidade é que "conseguem, mais facilmente, superar as adversidades".

Um candidato a postos de comando nas empresas deve, após ter a certeza de que é seu objetivo servir a família e a empresa com suas habilidades e despreendimento, passar por um aprendizado amplo que somente a prática alcançada em atividades diversas, realizadas pelas empresas de consultoria proporcionam. Claro que o prazo de um ano é um indicativo do tempo mínimo desse "estágio". Ele poderá ser estendido, se for o caso, aos escritórios da Consultoria localizados em outras cidades, tanto no Brasil como no Exterior.

Muito poucas pessoas souberam valer-se dessa oportunidade. Preferem ungir seus filhos com atributos nem sempre reconhecidos pelos demais. Submetem o jovem a pressão e tensão permanente. O resultado pode ser muito ruim para todos: Par os Pais; para o Jovem; para a Empresa; para a Sociedade...

Essas são, de fato, as atitudes que fazem com que tenhamos o preconceito que cito acima. Espero que todos passemos a fazer a coisa certa. Abaixo um texto sobre o tema.



11/09/2009
Como fazer sucesso com uma empresa familiar
Objetivos diversos, interesses, discussões, laços afetivos. A empresa familiar tem todos os desafios de qualquer outra, mas carrega, no seu âmago, a afetividade. Um fator que pode tanto destruir o patrimônio como torná-lo mais sólido.
Isso dependerá do tipo de atitude que a família terá em relação à empresa. Para o economista Fábio Bartolozzi Astrauskas, diretor da Siegen, empresa especializada em gestão empresarial, com ênfase em sucessão familiar, a primeira lição a ser aprendida por todos os envolvidos é que alguns terão talento, interesse e habilidade maiores para lidar com o tipo de empreendimento da família.
"Fazer da empresa um local sério, de ganha pão de todos e não um cabide de empregos é um dos passos mais importantes para que ela tenha a produtividade e o crescimento desejados", garante Fábio. De acordo com economista, essa escolha, muitas vezes, acontece de forma natural.
"É notório quando um filho tem mais talento e interesse na empresa, no sentido de fazê-la prosperar. O que precisa ficar claro é que ter talento para gerir a empresa não tira o mérito de outro filho, que pode muito bem desenvolver gosto por outros trabalhos ou ainda trabalhar em outra área na empresa onde seu talento poderá ser melhor aproveitado.
Esse tipo de esclarecimento tem de vir à tona cedo, caso contrário, a situação pode ser um estopim para brigas e discussões em torno de sentimentos e não ao redor de fatos reais e necessários para que a empresa continue seu desenvolvimento", alerta.
Outro ponto importante a ser destacado é a contratação. Sendo uma empresa familiar, como contratar alguém da família? Quem decide isso? O economista Rogério Silveira Monteiro, também diretor da Siegen, explica que a melhor forma é ter uma consultoria para fazer esse papel.
Ela vai avaliar quem está apto, independentemente de ser filho, sobrinho, cunhado. O especialista explica que assim é eliminada uma boa parte do antagonismo ou mesmo das desavenças que uma contratação poderia gerar, visto que não são os próprios familiares a indicarem quem será ou não contratado ou promovido ou até desligado da empresa. "A consultoria não irá avaliar a pessoa enquanto da família.
O objetivo é analisar quem, de fato, está ajudando, poderá ajudar ou está atrapalhando a empresa. Para a consultoria o que interessa é o resultado que se espera da empresa e como ela pode alcançar o que deseja, independentemente do grau de parentesco que se tenha. É claro que a decisão é dos dirigentes, mas eles têm como respaldar suas ações em estudos feitos pela consultoria", avalia Monteiro.

Vantagens e desvantagens

Entre as vantagens de se ter uma empresa familiar, destacam-se:
O interesse em torno de um patrimônio comum, o que gera um sentimento comum de unidade.
A sucessão de herdeiros competentes que poderão dar sustentabilidade e continuidade ao negócio;
O sentimento de ter um negócio próprio que pode gerar motivação, responsabilidade e prazer.
Conhecimento dos membros da família, inclusive do provável sucessor. Aqui também vai a questão de fazer com que os membros comecem a conhecer a empresa desde cedo e de se sentirem parte dela, ainda que não trabalhem lá.
Conhecimento profundo da empresa e, com isso, melhores chances de suportar dificuldades e a busca por soluções.
Por ser familiar, criar forte relação de credibilidade e confiança com seus clientes. As pessoas gostam de se sentir em casa, em família.
Entre as desvantagens estão:

- A concorrência entre os familiares pode levar ao stress e à perda de foco, deixando a empresa em segundo plano e prejudicando os negócios;
- A existência de nepotismo onde todos querem viver do dinheiro da empresa, mas nem todos têm talento ou mesmo interesse em trabalhar por ela;
- A dificuldade em demitir devido ao laço familiar;
- A falta de separação entre o que deve ser vivenciado na empresa e o que deve ser vivido em casa;
- A utilização da estrutura da empresa para fins particulares: ligações, impressões, salas, funcionários...
- A impunidade ao descumprir regras, o que gera sentimento negativo, especialmente em funcionários que vêm o próprio superior sem a preocupação devida com a empresa.


Fonte:Administradores.com.br

Ps.: Continuamos, na Moore Stephens Auditores e Consultores, acreditando na competência que temos para a formação e transformação de jovens em profissionais qualificados, quer para atuarem nas empresas de suas famílias ou para a sociedade em geral... Foi por essa razão que criamos a marca METRI (que grafamos m3Tri), pois utilizamos a Contabilidade, unindo sua Ciência e Arte, como a principal ferramenta para Medirmos o resultado, o desempenho, etc.

Só se Ama o que se Conhece. Só se Conhece o que se pode Medir.

2 comentários:

  1. O preconceito contra a empresa familiar é um fato. Um fato causado pelo próprio comportamento equivocado gerado pela empresa familiar.

    É um circuto fechado e com ar viciado. Nada mais asfixiante que um ambiente fechado com eixo no próprio umbigo.

    Pelo que me lembro um dos maiores exemplos de desastre dessa trajetória familiar foi o que aconteceu com a Lakta. Quem nunca provou um sonho de valsa que atire o primeiro bom-bom.
    Foi um final melancólico de uma empresa que poderia ter sido mas se desmanchou por entrigas e decisões familiares equivocadas.
    Tem o contra exemplo do grupo Pão de Açucar dos Diniz, mas esse parece que já entrou no caminho da profissionalização.

    Esse preconceito é fruto de arrogância e falta de visão. E a eterna mania das soluções domésticas. Oh coisa triste que é isso....
    Essa pobreza das soluçõezinhas de fundo de quintal. Afinal, que "bobagem" é essa de gestão? De faculdade de Administração?

    Ótimo tema!

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  2. Realmente é uma pena tanto preconceito; especialmente nessa questão que é vital para o desenvolvimento das famílias, das empresas e tudo o mais ao entorno...

    Os melhores exemplos de sucesso (que conheço) estão na Europa.

    A falta de visão do empreendedor das empresas familiares brasileiras (certamente falar da "morte do fundador" é um fator determinante nisso) faz com que haja uma disputa "mortal" entre herdeiros pela tomada de poder.

    Essa falta de visão, portanto, estaria, em minha opinião, ligada à falta de consciência das pessoas. Um dos caminhos é a educação, cada vez mais rara nos últimos anos. E, por educação, não me refiro, apenas, à coleção de diplomas... É preciso Formação Integral.

    Por isso insistimos na preparação das Empresas, do Fundador e dos potenciais Herdeiros na Gestão.

    Se não, da herança deixada, 1/3 irá para o Governo (como tributos); 1/3 para advogados (principalmente aqueles oportunistas); e, apenas 1/3 ficará para o "butim" dos familiares, ignorantes e gananciosos.

    Infelizmente, como no caso da Lacta (pioneira na fabricação de chocolates finos no Brasil, a disputa é provocada por empresas que provocam a cizânia para poder adquirir, "na bacia das almas" a empresa sem comando, incoprporando-as em suas mega-coporações.

    Grato pelo comentário. Sem dúvida é um assunto de grande importância para todos nós...

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